Brasileiras presas na Alemanha relatam infecção após usarem roupas coletivas em presídio

Katyna Baía e Jeanne Paollini, que ficaram presas por 38 dias em Frankfurt , na Alemanha, após terem as malas trocadas no aeroporto em São Paulo por outras com grande quantidade de cocaína dentro , relataram que voltaram para o Brasil com uma infecção bacteriana na pele ao usar roupas coletivas no presídio.

“Voltamos com uma infecção bacteriana na pele que […] se deu em função do uso coletivo de roupas e calcinhas. (SIM, ERA TUDO DE USO COLETIVO). Mais um problema daquela prisão arbitrária e injusta. Mas vamos superar”, escreveu Kátyna nas redes sociais.

Segundo as investigações da Polícia Federal do Brasil, o casal que saiu de Santa Genoveva (GO), tiveram as etiquetas das malas trocadas por um grupo criminoso de tráfico de drogas no Aeroporto de Guarulhos, fazendo-as levarem a bagagem com os entorpecentes para o país europeu. O casal negou a PF que tinham conhecimento do conteúdo da mala e que não cometeram nenhum crime.

As brasileiras foram presas injustamente e relataram terem sido maltratadas pela polícia alemã.

“Nós fomos presas de forma muito injusta, mal recebidas, maltratadas pela polícia alemã, injustiçadas, pagando já por 38 dias por um crime que não nos pertence. Se fôssemos cumprir o que a legislação de lá ordenava, iríamos ficar em média 15 anos, perdendo 15 anos da nossa vida e talvez não veríamos os nossos pais mais, os nossos amigos, a nossa pátria amada”, contou Kátyna.

Jeanne agradeceu a agilidade dos órgãos de segurança brasileiros de conseguir provas para a soltura do casal.

“Nós gostaríamos de fazer um agradecimento aqui a todos os envolvidos, que trabalharam juntos para mandar todas as provas pra polícia alemã, ao governo alemão. Nós sabemos que o envio desses vídeos foi fundamental para a nossa liberdade. Sem eles, provavelmente, nós iríamos pagar por um crime que nós não cometemos”, afirmou.

Segundo a lei da Alemanha, elas terão direito à indenização de R$ 30 mil por terem sido presas injustamente. As duas também irão à Justiça para ser ressarcidas dos gastos que tiveram com a viagem de turismo, que acabou não acontecendo devido ao ocorrido.

A polícia federal brasileira conseguiu comprovar a inocência das mulheres e prendeu seis pessoas envolvidas no esquema criminoso. A concessionária do aeroporto afirmou que o manuseio das bagagens é de responsabilidade das empresas aéreas, enquanto a Latam, pela qual as mulheres viajaram, disse que está colaborando com a investigação. O consulado brasileiro em Frankfurt está prestando assistência às famílias.