O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) retornará ao Amazonas pela segunda vez em 2021 nesta quinta-feira (27). Desta vez a visita será ao município de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus) para inaugurar a ponte Rodrigo Cibele, localizada no km 91 da BR-307, que liga a sede do município a comunidade Matucará.
A ponte Rodrigo Cibele, na rodovia federal BR-307, liga o município ao distrito de Cucuí, na fronteira do Amazonas, à Venezuela. Além da inauguração da ponte, também está prevista uma visita do presidente à comunidade de Maturacá, que fica na Terra Indígena Yanomami na região.
A visita de Bolsonaro à terra Yanomami foi criticada pelos líderes da etnia. As lideranças dos Yanomami divulgaram uma carta no dia 15 de maio, reforçando que não desejam falar com o presidente. Para eles, a visita servirá apenas para que Bolsonaro visite o garimpo que é localizado dentro da terra indígena. Na carta, as lideranças exigem maior atenção aos indígenas e políticas públicas voltadas à população indígena.
O texto é assinado pelos presidentes da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (AYRCA) e da Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma. Histórico As terras indígenas Yanomami tem sido alvo constante da ação de garimpeiros. No início de maio, garimpeiros atacaram índios Yanomami na comunidade de Palimiú, na terra Yanomami em Roraima, às margens do rio Uraricoera. A Polícia Federal esteve no local e presenciou o ataque.
Em uma de suas lives no mês de abril, Bolsonaro defendeu a mineração em terras indígenas, dizendo que essa parte do território “tem grande potencial”. O presidente ainda disse que queria visitar os Pelotões Especiais de Fronteira do Exército “para dar uma olhada na região”.
Bolsonaro não esconde sua posição em relação aos povos tradicionais. Para ele existia uma “indústria da demarcação de terras indígenas“ em governos anteriores. E os índios brasileiros ficaram reclusos como se fossem “um ser humano da pré-história”
De acordo com informações do coronel Alfredo Menezes (Patriota), que chegou de Brasília, nesta quarta-feira (26), pela manhã e à tarde seguiu viagem a São Gabriel para receber o o presidente e sua comitiva na região conhecida como “cabeça do cachorro”.
“O presidente sempre teve carinho especial por nossa região, prova disso é que está vindo ao estado em menos de dois meses. Conversamos pessoalmente e fiquei de aguardá-lo em São Gabriel para visitas e reuniões”, comentou o coronel ao destacar que após o retorno do presidente irá dar continuidade as suas visitas no Alto Rio Negro, como Santa Isabel e Barcelos.
