Bolsonaro quebra isolamento, joga futebol e afirma “não aguentamos mais lockdown”

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (28) que a população não aguenta mais lockdown e enumerou protestos realizados em diversas cidades contra regras restritivas para evitar disseminação do novo coronavírus.

A fala foi dada a jornalistas no final de uma partida beneficente realizada na Vila Belmiro, estádio do Santos. Bolsonaro jogou com a camisa 10 e marcou um gol, caindo de cara no gramado na sequência. Depois, foi dar a entrevista, cercado de diversas pessoas que não usavam máscara, assim como ele.


“Tô vendo que todos vocês estão de máscara e a tônica hoje vai ser que estou sem máscara”, afirmou. “Mas desde o início eu falei, não adianta se esconder do vírus, tem que tomar cuidado com idoso e quem tem comorbidade”, disse. “Nós não aguentamos mais o lockdown.”

Na sequência, Bolsonaro falou dos protestos que foram registrados nos últimos dias pela imprensa. “Eu vi que lá em Fortaleza o povo ignorou o decreto do governador. Eu vi que o povo rem Manaus ignorou o decreto do governador do Amazonas. Eu vi que em Búzios o povo foi pra rua e acabou um desembargador revogando uma liminar de um juiz de primeira instância”, disse.


Jô Soares em carta a Bolsonaro: “Sua definição é perfeita: vossa excelência é o leão. É o rei dos animais”
Ele foi então questionado por uma jornalista que estava no local: “O senhor acha que tem que fazer desobediência, presidente?”.

Bolsonaro então reagiu aparentando nervosismo, em tom de voz mais alto. “Olha não queira me provocar que eu não vou entrar… Tu é da Globo? Você acha que vou falar besteira aqui para vocês aí?”, disparou. “Eu estou falando a realidade, então vocês não podiam divulgar isso porque estimula os outros a não cumprir”, declarou.

Centrão

Bolsonaro também foi questionado sobre o fato de o chamado Centrão apoiar Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara. Lira é o candidato apontado como favorito do Planalto.


“Eu fui do Centrão no passado. Eu fui do PP, eu fui do PTB, fui do PSC, então essa história de querer genericamente desqualificar parlamentares não faz sentido”, afirmou. O bloco costuma ser apontado como o praticante da “velha política”, que Bolsonaro dizia que iria combater caso eleito.