
Em meio às tensões sobre a aplicação da Lei Magnitsky — utilizada pelos Estados Unidos para sancionar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes — o dólar se aproximou de R$ 5,50 nesta terça-feira (19), enquanto a bolsa registrou a segunda maior queda do ano, puxada por ações de bancos.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,499, alta de R$ 0,065 (+1,19%). Após abrir estável, a moeda disparou para R$ 5,47 ainda pela manhã e, na máxima do dia, superou R$ 5,50 por volta das 16h30. Apesar da valorização, a divisa acumula queda de 1,82% em agosto e recuo de 11,02% no acumulado de 2025.
Na B3, o Ibovespa fechou aos 134.432 pontos, em baixa de 2,1%, também no menor nível desde 5 de agosto. As maiores perdas ficaram concentradas em bancos, especialmente aqueles com operações nos Estados Unidos, diante da incerteza sobre possíveis reflexos de sanções ligadas ao caso Moraes.
Durante o dia, o ministro do STF Flávio Dino comentou decisão da Justiça do Reino Unido relacionada às indenizações das tragédias de Mariana e Brumadinho (MG). Ele ressaltou que leis estrangeiras não têm efeito automático no Brasil e precisam ser validadas pela Justiça nacional.
Embora não tenha mencionado diretamente a Lei Magnitsky, o entendimento de Dino é visto como uma proteção a cidadãos brasileiros diante de legislações externas, como a norte-americana, aplicada pelo governo Donald Trump contra Alexandre de Moraes, restringindo seu acesso a serviços financeiros.