Banco Central rejeita compra do Master pelo Banco de Brasília

O Banco Central vetou a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), em decisão comunicada na noite de quarta-feira (3). A operação, avaliada em R$ 2 bilhões, aguardava apenas o aval do órgão regulador desde março deste ano. O anúncio foi feito pelo BRB em fato relevante aos investidores, enquanto o BC ainda não se pronunciou oficialmente sobre os motivos do indeferimento.

De acordo com o comunicado, o BRB havia solicitado a aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Master, mas o pedido foi negado. O banco informou que vai requisitar acesso à íntegra da decisão para avaliar fundamentos e estudar alternativas. A instituição reforçou que considerava a transação estratégica, com potencial de expansão de mercado e geração de valor para o Distrito Federal e o sistema financeiro nacional.

O negócio vinha sendo questionado desde o início. O Master é conhecido por adotar práticas agressivas para captar recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do CDI, acima da média de bancos menores, que giram em torno de 110% a 120%. Além disso, a instituição não divulgou o balanço de dezembro de 2024, enfrentou fracasso em emissão de títulos em dólares e levantou desconfiança no mercado devido a operações com precatórios.

Recentemente, o BTG Pactual chegou a oferecer R$ 1 para assumir o controle do banco, com a cobertura das dívidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mas a proposta não avançou diante da falta de acordo entre as instituições financiadoras do fundo.