
Fabrício de Souza Cunha, 32 anos, natural de Parintins (AM), é um dos grandes nomes brasileiros do jiu-jitsu na Europa. Atualmente radicado em Quarteira, Faro, Portugal, ele coleciona títulos e medalhas conquistadas em campeonatos internacionais, consolidando sua trajetória de sucesso na modalidade.
O atleta está de férias no Brasil e já passou por São Paulo antes de desembarcar em Manaus, onde aproveita para rever familiares. Em breve, segue para Parintins, sua terra natal, para se reconectar com suas origens e recarregar as energias junto à natureza amazônica.
Uma trajetória de superação
Fabrício iniciou no jiu-jitsu aos 13 anos, inspirado após assistir a um campeonato em Parintins. Apesar da paixão imediata pelo esporte, sua jornada foi repleta de desafios. Sem condições de comprar um kimono, treinou por anos sem o equipamento adequado. Sua avó e sua mãe foram seus maiores apoios, e, anos depois, fizeram um esforço financeiro para presenteá-lo com seu primeiro kimono. “Foi o melhor presente que já recebi”, relembra emocionado.
Além das dificuldades financeiras, ele precisou equilibrar treinos com longas jornadas de trabalho. Em São Paulo, chegou a pedalar até 60 km por dia para economizar e seguir competindo. “Houve momentos em que pensei em desistir, mas sempre que isso acontecia, algo bom surgia e me fazia continuar”, conta.
O sonho europeu e o reconhecimento internacional
Determinado a crescer no esporte, Fabrício se preparou por três anos antes de partir para a Europa, onde encontrou novas oportunidades para competir e evoluir. Adaptar-se a um novo país foi um desafio, mas a irmandade do jiu-jitsu facilitou sua integração em Portugal.
“O jiu-jitsu é universal. As dificuldades para um atleta se manter são as mesmas no Brasil e em Portugal, mas as oportunidades na Europa são maiores”, afirma.
Entre seus principais títulos, destaca-se um Grand Prix em Barcelona, onde venceu um brasileiro já consolidado no cenário europeu. “Depois da luta, ouvi pessoas perguntando: ‘Quem é esse cara? ’. No meu kimono está escrito ‘Made in Manaus’. Fiz isso propositalmente para mostrar de onde vim”, comenta com orgulho.
Compromisso com o futuro do esporte
Mais do que um atleta, Fabrício se vê como um mentor para a nova geração. Ele fundou uma escola de jiu-jitsu em Portugal e pretende expandi-la para outros países da Europa. Além disso, busca formas de contribuir para o crescimento do esporte no Amazonas, um dos maiores celeiros de campeões do mundo na modalidade.
“Quero ajudar outros jovens que, assim como eu, sonham em viver do jiu-jitsu. Sei o caminho e quero compartilhar essa experiência”, diz.
Fabrício Cunha é a prova de que talento, dedicação e resiliência podem transformar vidas. Sua trajetória, que começou em um pequeno município do Amazonas, hoje brilha nos tatames europeus e inspira novas gerações de atletas.