Após tragédia na Djalma Batista, companheiro de vítima desabafa: “Elas existiam, prefeito. Agora o senhor me tirou isso”

Ricardo Oliveira/CENARIUM
Ricardo Oliveira/CENARIUM

Tomado pela dor e revolta, João Vitor, companheiro da biomédica Giovana Ribeiro, fez um desabafo direto ao prefeito de Manaus, David Almeida, durante o velório da esposa e da filha, nesta segunda-feira (23), no bairro Monte das Oliveiras, Zona Norte da capital. Giovana, que estava no sétimo mês de gestação, morreu após cair com a moto em um buraco na avenida Djalma Batista, no domingo (22).

No discurso emocionado e carregado de indignação, João responsabilizou o prefeito pela tragédia, apontando a falta de manutenção das ruas como causa direta da morte de sua família. “Não é só mais uma vida, prefeito. Não é uma estatística. Elas existiam! E agora o senhor me tirou isso. O senhor vai ser pai, imagina a dor de estar no meu lugar. Empatia! Ninguém mais nessa cidade carrega a culpa, só o senhor”, disse ele, em tom de revolta.

Testemunhas relataram que Giovana e João seguiam pela via quando a moto caiu no buraco. Ela foi arremessada contra o canteiro central. Equipes do Samu tentaram reanimá-la, mas a jovem morreu antes de chegar ao hospital. O bebê também não resistiu.

A Prefeitura de Manaus, criticada por moradores nas redes sociais, só enviou equipes para tapar o buraco na manhã seguinte à tragédia. Usuários cobraram responsabilização da gestão de David Almeida pela precariedade das vias da cidade. “Que o município pague por isso! Manter as ruas em condições seguras é obrigação da Prefeitura”, escreveu um internauta.

Nas redes sociais, familiares de Giovana também expressaram dor e indignação. O irmão, Dhavid Corrêa Jardim, lamentou: “A morte inverteu a ordem da vida e levou duas pessoas tão amadas. A gente contava os dias pra chegada da Maria Carolina”. Outro irmão, Giovani Ribeiro, desabafou: “Ela era uma pessoa de ouro, nunca fez mal a ninguém. Minha maior apoiadora depois da nossa mãe. A dor é imensa”.

Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte de Giovana foi anemia e hemorragia aguda, traumatismo torácico e abdominal, além de feto natimorto. Até o momento, a Prefeitura de Manaus não emitiu qualquer posicionamento oficial sobre o caso.