Apesar de especulações, partidos de centro ainda não tem um nome para lançar em 2022

A derrota nas urnas dos partidos de esquerda e de representantes do bolsonarismo, nas releições municipais deste ano, projetaram o “centrão” como alternativa aos extremos para a corrida eleitoral de 2022.

Neste cenário, o DEM, partido que já detém os comandos da Câmara e do Senado, se apresenta como responsável pela escolha do próximo presidente da República. A expectativa está entra a escolha de um nome que agregue os três partidos de centro/centro-direita para a próxima eleição.

Além de Doria, o atual governador de São Paulo e o apresentador de tevê Luciano Huck vem se movimentando para viabilizar uma pré-candidatura. Rodrigo Maia (RJ), presidente da câmara, já se apresentou como pré-candidato do DEM em 2018, e tem papel importante, sobretudo como principal articulador da eleição de Eduardo Paes à prefeitura do Rio de Janeiro, que derrotou de forma fragorosa o bolsonarismo personificado em Marcelo Crivella.

Segundo Maia, o resultado da eleição mandou uma mensagem, que o centro virá forte em 2022 Ele ainda mandou um conselho ao presidente Jair Bolsonaro:

“Cabe, agora, ao governo organizar qual é o campo que vai atuar. Vai continuar com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, estragando a imagem do Brasil no exterior? Ou vai caminhar para o centro-direita para tentar tirar um pouco do nosso espaço?”, apontou Maia, que confirmou que Doria como um nome competitivo entre os partidos de centro, mas não excluiu Huck.

Porém, a escolha de um nome depende da pretensão de cada um, da penetração que esse nome tem nas regiões do país –– que, se não for forte o suficiente, é capaz de inviabilizar qualquer voo mais alto. Após o resultado da eleição, Maia, vem se opondo publicamente ao governo federal e, fez novas críticas a Bolsonaro.

“Os extremistas, aqueles que apostam na ficção, saíram derrotados nessas eleições. A população de todo o país, especialmente em São Paulo, deu um recado claro contra o negacionismo, o obscurantismo e a intolerância”, provocou Doria.

Luciano Huck tem até março do ano que vem para decidir se se lança na política. Na eleição de 2018, ele foi convencido pela família, em especial, a mulher e apresentadora Angélica, a se manter longe da vida eleitoral e partidária. Mas, nas últimas semanas, tem mostrado animação com as investidas e vem sendo sondado por partidos de centro, como o agora turbinado DEM. O apresentador tem um patrimônio invejável para qualquer postulante à Presidência: é conhecido em todo o país. E, no ar, não poupa críticas às desigualdades sociais e problemas enfrentados pela população, como a pandemia de coronavírus.

Sergio Moro, o ex-juiz, que era visto como potencial candidato da centro-direita anunciou sua saída, ao menos por enquanto, do jogo político-eleitoral.

Recentemente se tornou sócio-diretor da Alvarez & Marsal, que presta serviços à Odebrecht, e mudou o rumo da carreira: atuará na área de compliance e combate à corrupção dentro da empreiteira-símbolo do petrolão. Ele mesmo fez o anúncio em suas redes sociais.

A decisão de Moro amplia o espaço para potenciais candidatos do espectro centrista, como Rodrigo Maia. “Acho que ele já está encaminhado no setor privado”, disse o presidente da Câmara, ao ser indagado sobre a saída do ex-juiz da raia eleitoral.