Amazonense descobre gravidez e bebê nasce no dia que o marido completa 6 meses de falecido de Covid

A estudante de direito Nayla Victória, de 20 anos, da cidade de Parintins, a cerca de 370 km de Manaus (AM), surpreendeu a todos ao anunciar nas redes sociais na terça-feira (27), o nascimento do primeiro filho, sendo que, nem ela mesma sabia da gravidez de 37 semanas. O pai do bebê havia morrido há 6 meses e ela não tinha nenhum sinal de que esperava um filho.

Nayla era casada com o médico veterinário Lúcio Kimura, que faleceu por complicações da covid-19, no dia 27 de outubro de 2020, após passar 15 dias internado em Manaus.

“Há 6 meses Lúcio partiu. Há uma hora descobri que estou em uma gravidez avançada e precisando me internar com urgência. Assim farei, à vontade de Deus, mas com certeza, por muita vontade do Lúcio”.

Após a morte do marido, a estudante viveu sua vida normalmente sem sintomas da gravidez. “Eu menstruei até o mês passado. Eu não tinha barriga e nenhum outro sintoma de gravidez. Na semana passada comecei a me sentir inchada e surgiram algumas estrias na minha barriga, o que não é comum”.

No dia 25 de abril, dois dias antes do parto, Nayla sentiu dores nas costas e na região pélvica. “Fui ao ginecologista no dia 27 e, como ele viu que eu não tinha nenhum sintoma de gravidez, pediu um exame transvaginal. Me preparei para o exame e, quando meu médico apalpou minha barriga ele já achou estranho”, conta. Desconfiado, o médico de Nayla trocou o transvaginal pelo exame de ultrassom que, para a surpresa de todos, revelou um bebê praticamente pronto para nascer. “O corpo do bebê já estava completamente formado. A cabeça já estava para baixo, na posição certa. Por último ele foi ver o líquido amniótico, que já estava praticamente zerado. Então ele falou que eu precisava ser internada imediatamente, caso contrário o bebê não resistiria. Então foram duas notícias: uma que eu estava grávida e a outra que o bebê já estava nascendo”, relembra.

 

Nayla conta que a surpresa deu lugar à alegria. ” O dia 27 tinha se tornado um muito ruim para mim e para a família do Lúcio”, relembra. A gravidez e o nascimento se tornaram algo muito simbólico, que acabou dando um novo significado à data. Hoje, é como se ele estivesse comigo.

Apesar de não ter tipo acompanhamento pré-natal, o bebê nasceu em perfeitas condições de saúde, e recebeu o nome de Lúcio Bernardo Kimura, em homenagem ao pai que não conheceu.