
Na manhã desta terça-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela condenação dos sete réus acusados de integrar o núcleo de desinformação da organização criminosa que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.
Relator do processo, Moraes levou mais de duas horas para apresentar seu voto e afirmou que ficou “fartamente comprovada” a atuação de uma estrutura organizada, com divisão de funções, que trabalhou para desestabilizar o Estado Democrático de Direito.
O ministro detalhou a participação de cada acusado, com base em provas obtidas nos celulares dos réus, publicações em redes sociais e mensagens que demonstravam a coordenação do grupo para espalhar ataques contra o processo eleitoral e as instituições brasileiras.
Entre os elementos apresentados estão áudios, prints e conversas que apontam o envolvimento direto dos investigados em planos para deslegitimar o resultado das urnas. Moraes citou também a delação do tenente-coronel Mauro Cid, que confirmou a existência de articulações e estratégias para tentar dar base a um golpe de Estado.
De acordo com o relator, o núcleo de desinformação atuava em conjunto com outros setores da organização criminosa, inclusive por meio de ações como o planejamento da operação “Copa 2022” e o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”. Ele afirmou que essas ações visavam “gerar o caos social” e criar condições para “tomar a República de assalto”.
Moraes relacionou ainda os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 ao mesmo grupo, reforçando que as práticas tinham como finalidade direta deslegitimar a Justiça Eleitoral e atacar a democracia.