Da Redação
Chisako Kakehi está no corredor da morte depois de ter assassinado três parceiros e pela tentativa de homicídio de um quarto. As suspeitas sobre a mulher, que ficou conhecida como a “viúva negra”, só terão surgido na altura em que morreu a última vítima.
De acordo com informações da CNN, as autópsias são raras no Japão e normalmente só são realizadas quando há suspeita de crime, o que poderá ter contribuído para encobrir Chisako Kakehi.
Entre os quatro homens, que viviam em cidades diferentes, trabalhavam em áreas diferentes e não tinham ligação entre si, havia apenas uma coisa em comum: todos tinham economias e bens consideráveis. Solteiros e com idades avançadas, eram os alvos perfeitos.
“Viúva negra” manteve esquema durante quase sete anos
Tudo terá começado em 2007, quando Chisako Kakehi, de 61 anos, começou uma relação com Toshiaki Suehiro, de 78 anos, que não chegou a durar um ano.
Em dezembro desse ano, caiu inanimado na rua, depois de ter tomado, entre a medicação habitual, uma cápsula de cianeto. Foi levado para o hospital de urgência. Toshiaki Suehiro foi o único das quatro vítimas que sobreviveu à “viúva negra”, mas ficou com uma “disfunção incurável”.
Alguns anos depois, Chisako Kakehi seguiu em frente e tinha outra vítima na mira: Masanori Honda, de 71 anos. O tempo que esta relação durou ou de que forma se conheceram não é claro. No entanto, Honda morreu num acidente de mota no dia em que se separaram, depois de ter perdido a consciência.
Em 2013 surge um novo romance, com Minoru Hioki, de 75 anos, que tinha acabado de superar um cancro nos pulmões. Kakehi e Hioki pareciam próximos e apaixonados, mas a relação chegou ao fim cerca de dois meses depois de ter começado.
Hioki, tal como Suehiro, costumava tomar medicamentos, então seria fácil para Kakehi acrescentar uma cápsula de cianeto. No fim de um jantar, Hioki perdeu a consciência. Kakehi mentiu à equipa médica, alegando que não tinha família e estava com cancro do pulmão em fase terminal. Acabou por morrer em duas horas.
Apenas dois meses após a morte de Hioki, Kakehi já se tinha casado com o próximo e último alvo – Isao Kakehi. Poucas semanas depois do casamento, sofreu uma paragem cardiorrespiratória. Foi de urgência para o hospital, mas morreu uma hora depois.
Foi a morte de Isao Kakehi que levantou suspeitas sobre a série de amantes mortos e levou à abertura de uma investigação.
Kakehi denunciada por saco enterrado em vaso de plantas
Dias depois da morte de Isao Kakehi, as autoridades encontraram suplementos e cápsulas vazias no apartamento de Chisako Kakehi, que sugeriam ter sido trocados por outro produto.
Meses depois, em agosto de 2014, as autoridades descobriram o que matou Isao Kakehi. Estava enterrado, num vaso de plantas, um saco de plástico com vestígios de cianeto. O estado do saco indiciava que estaria ali enterrado há meses.
Chisako Kakehi foi detida em outubro de 2014. Após vários meses de interrogatórios, Kakehi acabou por confessar que também envenenou Honda, Hioki e Suehiro com cápsulas de cianeto.
A polícia acreditava que estaria também envolvida no homicídio de outros quatro homens, mas as provas eram insuficientes para acusá-la.
Em 2017, foi condenada à morte depois de um dos julgamentos mais longos do Japão. O recurso da decisão foi chumbado em junho.
“Ela usou uma agência de encontros para conhecer vítimas idosas, uma após a outra, e envenenou-as depois de confiarem nela”, disse o juiz na decisão de junho, de acordo com a emissora pública NHK. “Um crime cruel e planeado pela assassina”, destacou.
O caso chocou o Japão e alertou opara os perigos de encontros online para idosos.
A data da execução não é conhecida, no entanto, de acordo com a lei japonesa, os reclusos devem ser executados até seis meses após a leitura da sentença, mas segundo a CNN isso nem sempre acontece devido aos recursos.