
Matteos França, de 32 anos, foi indiciado, nesta terça-feira (16), pela morte da própria mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos. Além do crime de feminicídio, com causa de aumento de pena, ele também responderá por ocultação de cadáver e fraude processual. O crime teria sido motivado por uma dívida do filho, estimada em cerca de R$ 200 mil.
A delegada responsável pela investigação, Ana Paula Rodrigues de Oliveira, do Departamento Estadual de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que as penas máximas dos crimes, somadas, podem chegar a quase 60 anos de prisão.
“Aparentemente, parecia ser um crime cometido no calor do momento, mas, à medida que as investigações foram avançando, vimos que ele apresentava um comportamento dissimulado, inclusive no dia anterior e no dia dos fatos. Não houve uma discussão prévia entre eles, por meio tecnológico, muito pelo contrário. As mensagens que eles trocaram aqueles dias foram amorosas, de mãe e filho. Não havia nenhum indício prévio de briga.”
“No início, ele dificultou bastante, criou outras linhas investigativas paralelas e tentou ludibriar a investigação. Ele fez toda uma fraude, uma cortina de fumaça, para que a gente não chegasse até ele. Entretanto, a partir do momento em que ele foi preso, ele optou por confessar”, disse Oliveira.
Segundo a delegada, Matteos confessou ter enforcado a mãe dentro do apartamento onde os dois moravam. De acordo com ele, o crime ocorreu após uma discussão por motivos financeiros. Em seguida, o acusado afirmou que colocou o corpo da professora no porta-malas do carro dela e o abandonou nas proximidades de um viaduto. Soraya morava no bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, e lecionava História no Colégio Santa Marcelina
O corpo de Soraya foi encontrado seminu, em 19 de julho, apenas com a parte de cima da roupa, e coberto com um lençol, embaixo de um viaduto em Vespasiano, na Grande BH. Os investigadores estimam que o período entre a briga e a desova do cadáver aconteceu entre 17h e 19h30.
Após deixar o corpo embaixo do viaduto, ele teria voltado para a casa e, na sequência, foi com amigos para uma viagem para a Serra do Cipó, ainda na noite de sexta, por volta das 20h. A delegada Ana Paula Rodrigues de Oliveira, do Núcleo de Feminicídio da Polícia Civil, disse que a viagem já estava programada com amigos há cerca de um mês e que Campos não quis faltar ao compromisso.
No sábado de manhã, ele teria voltado para Belo Horizonte alegando que não estava conseguindo contato com Soraya. Ele teria pedido a uma tia para ir à residência onde a professora morava e verificar se ela estava lá.
Ele chegou a pedir também para que alguém arrombasse a porta da casa, e teria retornado à capital mineira dizendo aos amigos que estava preocupado por achar que alguma coisa tinha acontecido com a sua mãe.
Soraya foi enterrada no dia 22 de julho, e Matteos Campos chegou a postar uma foto nas redes sociais prestando uma homenagem.