
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se encontram nesta sexta-feira (15) em Anchorage, no Alasca, para tratar dos rumos da guerra na Ucrânia. A reunião ocorre após três rodadas de negociações entre Rússia e Ucrânia, realizadas a pedido de Trump, que não resultaram em um cessar-fogo.
O encontro está marcado para as 11h30, no horário local (16h30 de Brasília), na Base Aérea de Elmendorf-Richardson — a maior instalação militar dos EUA no Alasca, historicamente associada à vigilância contra a União Soviética durante a Guerra Fria. A escolha do local também tem valor simbólico: o Alasca foi comprado da Rússia pelos Estados Unidos em 1867.
Segundo a Casa Branca, a reunião será uma oportunidade para Trump “sondar o terreno” e avaliar possibilidades de acordo. A secretária de imprensa, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente norte-americano poderá visitar a Rússia após o encontro.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não participará da reunião. Ele já declarou publicamente que rejeita qualquer pressão para ceder territórios ocupados pela Rússia. Trump disse que pretende conversar com Zelensky por telefone após o encontro e que, futuramente, poderá propor uma reunião tripartite.
Trump afirmou que o objetivo é buscar um cessar-fogo e tentar recuperar parte do território ocupado pela Rússia para a Ucrânia, embora tenha admitido que “alguma troca” ou “mudança de fronteiras” possa ser necessária. Putin mantém como condições o controle sobre áreas ocupadas, a neutralidade da Ucrânia e restrições ao tamanho de seu Exército.
Segundo reportagem da CBS News, uma proposta em discussão entre Washington e Moscou envolveria a permanência da Crimeia e da região de Donbass sob controle russo, em troca da devolução de Kherson e Zaporizhzhia à Ucrânia.
O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, declarou que qualquer acordo “não vai agradar a todos”, mas que é necessário “buscar a paz” e “ter um líder que una as partes envolvidas”.
Este será o primeiro encontro presencial entre Trump e Putin desde 2019, em um contexto de tensões elevadas e interesses divergentes: Trump busca uma solução que lhe permita apresentar-se como pacificador, enquanto Putin tenta aliviar sanções e consolidar ganhos militares.