O morango do amor se tornou tendência nas redes sociais, acumulando milhões de visualizações em vídeos que ensinam a receita em casa. O doce, que mistura fruta fresca com camadas de açúcar e brigadeiro, já ganhou espaço em festas, cafeterias e lojas especializadas — mas especialistas alertam para os riscos por trás da “aparência inocente”.
De acordo com o médico e comunicador de saúde Rodrigo Schröder, o preparo combina ingredientes altamente calóricos e inflamatórios: brigadeiro branco à base de leite condensado, creme de leite, leite em pó e manteiga, envoltos por uma calda de açúcar refinado com corante.
“É um combo de estímulos para o cérebro, sobrecarga de glicose e inflamação, tudo disfarçado com uma fruta no centro”, explica o médico. Um único morango do amor pode ter mais de 300 kcal e conter mais açúcar do que uma lata de refrigerante.
Schröder destaca que a armadilha está justamente na imagem “inofensiva” do morango: “A fruta dá a falsa sensação de ser algo leve ou natural, mas o doce acaba funcionando como válvula de escape para ansiedade e carência emocional”.
O alerta se estende às crianças: segundo o médico, o excesso de açúcar, corantes e gorduras pode interferir no paladar infantil, estimular compulsão precoce e aumentar o risco de problemas de saúde na vida adulta.
Ele reforça que não se trata de proibir o doce, mas de entender o impacto real de modismos que viralizam. “O morango em si é excelente: tem fibras, antioxidantes, vitamina C. O problema é quando vira veículo para camadas de ultraprocessados. Aí, deixa de ser fruta e vira armadilha”, conclui.
