
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atualizou, nesta quarta-feira (21), a lista de países que impuseram embargos às exportações brasileiras de carne de frango, após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Mais de 30 países já suspenderam o comércio com a avicultura nacional.
Além do caso em granja, o estado também registrou um foco da doença em um zoológico em Sapucaia do Sul. Entre os países que decretaram suspensão total das importações de carne de frango do Brasil estão China, União Europeia, Coreia do Sul, México, Chile, Canadá, África do Sul, Peru, Uruguai, Malásia, Argentina, entre outros. Já nações como Reino Unido, Bahrein, Cuba e Ucrânia optaram por embargos regionais, válidos apenas para produtos originados no Rio Grande do Sul. Japão e Arábia Saudita suspenderam especificamente as compras vindas de Montenegro.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, evitou comentar os impactos econômicos imediatos, mas os reflexos são inevitáveis: o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, e a China, principal compradora, responde sozinha por 17,65% das exportações. Em 2024, o Brasil já exportou 5,16 milhões de toneladas do produto, sendo 562 mil para o mercado chinês. A União Europeia, que também impôs embargo, ocupa a sétima posição no ranking de importadores, com mais de 231 mil toneladas adquiridas.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o setor movimentou US$ 9,93 bilhões em exportações em 2024. Desde o primeiro caso de gripe aviária, em maio de 2023, o Brasil notificou 2.903 suspeitas, com um caso confirmado em granja comercial, três em aves de subsistência e 162 em aves silvestres. Atualmente, oito novos casos estão sob investigação.
Fávaro afirmou que a desinfecção da granja de Montenegro deve ser concluída ainda nesta quarta-feira. Se nenhum novo foco for registrado nos próximos 28 dias, o Brasil poderá retomar o status de área livre de gripe aviária. “Se o ciclo do vírus for interrompido, o reconhecimento pode ser restabelecido”, declarou o ministro.