
O mercado financeiro brasileiro teve reação mista nesta segunda-feira (12) após o anúncio do acordo comercial entre Estados Unidos e China. O dólar, que vinha em queda nos últimos pregões, subiu 0,53% e encerrou o dia cotado a R$ 5,685, após ter superado os R$ 5,70 durante a tarde. Apesar da alta, a moeda acumula leve avanço de 0,13% em maio e queda de 8,03% no acumulado de 2025.
A bolsa de valores abriu em alta, seguindo o movimento internacional, mas perdeu força ao longo do dia. O Ibovespa fechou praticamente estável, com leve ganho de 0,04%, aos 136.563 pontos. O índice chegou a subir 0,71% pela manhã, mas foi impactado por cautela local.
O acordo, fechado em Genebra e anunciado na madrugada de segunda-feira (horário de Brasília), prevê redução das tarifas extras impostas entre os dois países. Os EUA cortarão taxas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China reduzirá as tarifas sobre bens norte-americanos de 125% para 10%. As novas condições valem por 90 dias.
O anúncio elevou a demanda global por dólares, com investidores migrando de moedas consideradas seguras, como euro e iene, para a divisa americana. Moedas de países emergentes, incluindo o real, foram pressionadas diante da perspectiva de que a China volte a priorizar compras de commodities dos EUA.
Internamente, o mercado acionário brasileiro ficou travado pelo receio de que a alta do dólar force o Banco Central a elevar a Selic já na próxima reunião, em junho, para conter pressões inflacionárias. Os investidores aguardam a ata da última reunião do Copom, que será divulgada nesta terça-feira (13), em busca de sinais mais claros sobre a condução da política monetária.