
O comentarista político e professor Pablo Ortellado afirmou que o governo Lula (PT) atribui, sem evidências, a viralização do vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre supostas fraudes no INSS à manipulação de algoritmos por big techs. O conteúdo já ultrapassou 78 milhões de visualizações em cerca de 12 horas.
Durante participação na GloboNews, Ortellado — que é colunista do jornal O Globo — destacou que o Planalto opta por uma teoria sem comprovação em vez de reconhecer a força de mobilização política de Nikolas aliada à gravidade do episódio.
“Me chama a atenção o entendimento do governo de que isso se deve à ação das big techs, e não à gravidade do caso somada à capacidade de comunicação do Nikolas”, afirmou.
Segundo Ortellado, a repercussão do escândalo também foi amplificada pela resposta considerada fraca por parte do governo. Ele criticou a ausência de medidas firmes, como uma troca imediata na direção do INSS ou ações públicas para tranquilizar os prejudicados.
“O governo não disse em nenhum momento: ‘Vamos acabar com isso, vamos trocar toda essa direção’. O custo político dessa omissão é o vídeo do Nikolas, que deve ultrapassar 100 milhões de visualizações”, completou.
Essa não é a primeira vez que o governo Lula levanta suspeitas sobre a atuação de plataformas digitais. Em janeiro, diante do sucesso de outro vídeo de Nikolas — sobre a fiscalização do Pix, que chegou a 300 milhões de visualizações — o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) acusou a Meta de irregularidades e pediu investigação da PF e do MPF, também sem apresentar provas.
“Tem algo errado. Existem cerca de 130 milhões de contas no Instagram no Brasil. Como explicar 300 milhões de views? É preciso investigar a fundo a Meta e a propagação de fake news que afetam a economia”, disse Dirceu na ocasião.