Rombo no INSS: Ministro de Lula assume responsabilidade pela indicação do presidente afastado

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, assumiu a responsabilidade pela indicação do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, que foi afastado do cargo nesta quarta-feira (23) por determinação da Justiça Federal.

Stefanutto é alvo de uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que apura desvio de recursos na instituição.

Em declarações, Lupi afirmou que a indicação de Stefanutto foi feita por ele e ressaltou a trajetória do agora afastado presidente.

“A indicação do doutor Stefanutto é de minha inteira responsabilidade. Doutro Stefanutto é procurador da República, um servidor que, até o momento me tem dado todas as demonstrações exemplares, fez parte do grupo de transição do governo anterior pra esse”, disse o ministro. Ele ainda destacou a necessidade de aguardar as investigações: “Vamos agora, no processo que corre em segredo de Justiça, esperar as investigações, que estão em curso. Há esse afastamento dado pela Justiça que nós temos que cumprir a decisão da Justiça.”

O afastamento de Stefanutto ocorreu no âmbito da operação “Sem Desconto”, que investiga fraudes relacionadas a descontos indevidos em benefícios pagos pelo INSS, com um rombo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo cálculos da PF. Além do presidente do INSS, outros servidores do órgão também foram afastados, incluindo o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, o procurador-geral do INSS, o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente e o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios.

Lupi, por sua vez, destacou que é importante garantir o direito à defesa dos envolvidos no caso. “Vamos aguardar o desfecho desse processo, com os cuidados devidos, como diz a constituição, de garantir o amplo e total direito de defesa para cada cidadão e cidadã, para que a gente não coloque essas pessoas para queimar numa fogueira, sem antes dar o direito de defesa para sabermos realmente o que estão sendo acusados”, ponderou.

A operação também resultou na suspensão de acordos de cooperação técnica com ao menos 10 entidades que mantinham parcerias com o INSS. Entre os envolvidos, está o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (SINDNAPI/FS), Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é um dos dirigentes de entidades sob investigação.