Família imperial repudia desfile com indígena segurando cabeça de Dom Pedro II

A Casa Imperial do Brasil divulgou nesta quarta-feira (5) uma nota de repúdio contra a escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi, de São Paulo, por exibir um carro alegórico com a imagem de um indígena segurando a cabeça decapitada de Dom Pedro II.

A alegoria, chamada O Ritual Ibirapema, desfilou com 93 integrantes vestidos predominantemente de vermelho, simbolizando o massacre indígena durante a colonização do Brasil.

Assinada por Dom Bertrand de Orleans e Bragança, chefe da Casa Imperial e trineto de Dom Pedro II, a nota classificou a representação como um “ataque” à memória do imperador, cujo bicentenário de nascimento será celebrado este ano.

– Além do ódio sanguinário, os idealizadores desse ataque demonstraram ignorância abismal ao retratar um índio cometendo um ato de indizível violência contra Dom Pedro II, que falava tupi-guarani e sempre foi amigo e protetor dos povos indígenas – diz o documento.

A Casa Imperial exaltou a figura do imperador, afirmando que seu maior biógrafo “é e sempre será o povo brasileiro, que nunca se esqueceu de sua respeitabilidade, paternalidade e brasilidade”.

Por fim, criticou o uso de dinheiro público e patrocínios para, segundo o documento, promover a “revolução cultural, desconstrução de padrões tradicionais, extravagância, imoralidade e cultura do caos”.