Inflação pesa: café fica mais caro com dólar alto e quebra de safra

O café liderou a alta de preços entre os alimentos nos últimos 12 meses, com um aumento de 60,10%, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (25). O produto, essencial na mesa dos brasileiros, foi impactado pela alta do dólar e condições climáticas adversas.

O aumento faz parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que subiu 1,23% em fevereiro, após registrar 0,11% em janeiro. Especialistas apontam que os alimentos continuarão pressionados por fatores como câmbio e clima.

A valorização do café é explicada pelo dólar alto, que torna a exportação mais lucrativa, e pela quebra de safra, resultado de uma das piores secas da história do Brasil. O país, responsável por quase metade da produção global de café arábica, enfrenta um cenário de oferta reduzida.

“A expectativa é de que os preços sigam elevados, com possível estabilização a partir de abril, mas uma queda significativa só deve ocorrer em 2026”, avalia Adriano Giacomini, professor da Faculdade ESEG. Além disso, o aumento da gasolina pode gerar um efeito cascata, elevando os custos logísticos e pressionando ainda mais a inflação dos alimentos.