Em um cenário de instabilidade internacional, o dólar encerrou a semana cotado a R$ 6,10, subindo 1% nesta sexta-feira (10), impulsionado por dados mais fortes que o esperado sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. A bolsa de valores, por sua vez, caiu 0,77%, encerrando o dia abaixo de 119 mil pontos, o menor nível desde 3 de janeiro.
Alta do dólar e impacto internacional
O dólar comercial chegou a abrir em baixa, mas reverteu o movimento após a divulgação de que a economia dos EUA criou 256 mil empregos fora do setor agrícola em dezembro, superando as expectativas. A notícia reduziu as chances de cortes de juros pelo Federal Reserve no primeiro semestre, aumentando a atratividade de títulos do Tesouro norte-americano e pressionando economias emergentes, como o Brasil. Apesar da alta desta sexta-feira, a moeda acumulou queda de 1,29% na semana, influenciada por sinais de que o presidente eleito Donald Trump pode suavizar tarifas de importação.
Desempenho da bolsa e inflação no Brasil
O índice Ibovespa, da B3, recuou 0,77%, fechando aos 118.856 pontos. O impacto foi impulsionado pelo mesmo fator que elevou o dólar: a força do mercado de trabalho nos EUA e a expectativa de juros elevados. No cenário doméstico, a divulgação do IPCA de 2024 em 4,83%, acima da meta de 4,5%, não influenciou diretamente as negociações.
Taxas mais altas nos EUA tornam investimentos locais menos atrativos, ampliando a fuga de capitais de mercados emergentes. Esse cenário adiciona pressão ao câmbio e aos mercados acionários, consolidando um dia de perdas para o Brasil no cenário global.
