Maduro nega presos políticos na Venezuela e justifica repressão contra opositores

Durante um evento político nesta quinta-feira, 19, o ditador venezuelano Nicolás Maduro (PSUV) afirmou que não existem presos políticos no país. Segundo ele, os detidos após as denúncias de fraude nas eleições de julho são acusados de crimes violentos, como ataques e homicídios.

“Dizem que são presos políticos, mas não são. São pessoas que queimaram, atacaram, ameaçaram, agrediram, destruíram e mataram”, declarou Maduro.

As eleições de julho, que garantiram sua reeleição, foram marcadas por denúncias de fraude. A oposição e parte da comunidade internacional contestaram os resultados, intensificando os protestos. Organizações de direitos humanos denunciaram um aumento da repressão estatal contra manifestantes críticos ao regime.

A ONG venezuelana Provea apelou por medidas humanitárias para libertar aqueles considerados presos políticos. Segundo a ONG Foro Penal, há atualmente 1.877 pessoas detidas sob essa alegação. Em resposta, o Ministério Público venezuelano anunciou a libertação de 533 indivíduos, justificando que a decisão foi tomada a pedido do Judiciário.

Maduro, entretanto, defendeu as ações do regime, afirmando que “nem o terror nem o fascismo triunfaram, mas a paz e a vida”.

Controvérsias na eleição

As suspeitas de fraude ganharam força no dia seguinte ao pleito, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), equivalente ao TSE do Brasil, declarou a vitória de Maduro com 51,2% dos votos e 80% das urnas apuradas. O candidato opositor Edmundo González obteve 44,2%, enquanto os demais candidatos somaram menos de 5%.

A divulgação dos resultados foi atrasada sob a justificativa de um “ataque ao sistema de transmissão de dados”, segundo Elvis Amoroso, presidente do CNE. Além disso, o órgão não apresentou atas eleitorais, documentos essenciais para validar a contagem dos votos, alimentando ainda mais as alegações de irregularidades.