
O dólar reverteu a queda da abertura e encerrou esta sexta-feira (13/12) em alta de 0,43%, cotado a R$ 6,03. A valorização reflete a cautela dos investidores com o cenário doméstico, especialmente a tramitação do pacote fiscal no Congresso e as mudanças na reforma tributária. Apesar da alta diária, a moeda acumula uma queda semanal de 0,60%.
A recente elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) continua impactando os mercados, somada às incertezas relacionadas à saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à divulgação de novos dados econômicos. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, a economia brasileira cresceu 0,1% em outubro em relação ao mês anterior.
Para conter a alta do dólar, o Banco Central realizou um leilão extraordinário, vendendo US$ 845 milhões à vista, com uma taxa de R$ 6,02. A medida reduziu momentaneamente a pressão sobre a moeda, afastando-a da máxima do dia de R$ 6,0770. No entanto, a valorização do dólar persistiu, levando a novos aumentos nos juros futuros e aprofundando a queda do Ibovespa.
O principal índice da bolsa brasileira fechou em baixa de 0,78%, aos 125.061 pontos, com volume financeiro de R$ 15,3 bilhões. Segundo Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais, a queda reflete um cenário de incertezas econômicas e políticas. “O pacote fiscal ainda enfrenta resistência no Congresso, e o prazo para aprovação antes do recesso é curto. Isso gera desconfiança no mercado”, avaliou.
No cenário externo, a fraqueza nas bolsas internacionais e a volatilidade nos preços de commodities, como petróleo e metais, aumentaram a pressão sobre ações de peso, como Vale e Petrobras, contribuindo para o recuo do Ibovespa.
Iarussi destacou que o mercado vê as medidas do governo como paliativas. “Sem avanços concretos, a percepção negativa pode se consolidar, dificultando ainda mais a recuperação econômica do país”, concluiu.