
Nesta quinta-feira (12), o dólar registrou alta de 0,90%, fechando a R$ 6,0128, após dois dias consecutivos de queda. A valorização da moeda foi impulsionada pela saída de capital estrangeiro e as preocupações fiscais, que superaram a reação positiva inicial à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
O Copom elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, conforme esperado pelo mercado. Além disso, indicou a possibilidade de mais dois aumentos semelhantes em 2025, algo não previsto pelos analistas devido à falta de guidance por parte do Banco Central.
A elevação da Selic aumentou o diferencial de juros do Brasil em relação a países com moedas fortes, tornando o real mais atrativo para operações de carry trade. O dólar chegou a atingir a mínima de R$ 5,8696, mas a perspectiva de juros elevados e a volatilidade na bolsa brasileira levaram a uma reversão do cenário.
Fuga de capital e cenário internacional impactam câmbio
Especialistas indicam que a fuga de capital estrangeiro e as perdas no mercado acionário foram fatores-chave para a alta do dólar. Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, destacou que a saída de dinheiro da bolsa impacta a liquidez e reflete no câmbio.
No cenário internacional, a força do dólar também contribuiu para a valorização da moeda frente a divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
O mercado também foi influenciado pelas notícias sobre a saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que passou por um procedimento complementar à cirurgia de emergência para drenar um hematoma no crânio.