Confirmado no Amazonas primeira morte em razão do “Fungo-negro”

Caso de mucormicose, doença letal conhecida como “fungo-negro”, foi confirmado no Amazonas. A doença vem causando morte e casos de mutilação na Índia e no Amazonas, um paciente que estava em tratamento na Fundação de Medicina Tropical, foi a primeira vítima fatal da doença. A mucormicose ficou conhecida por milhares de casos recém identificados na Índia, onde pacientes tiveram que passar por cirurgia de remoção dos olhos por conta do avanço do fungo no corpo do paciente.

Em Manaus o paciente apresentou sintomas gripais e prurido no olho, após receber a vacina. Foi internado e morreu quatro dias depois, tendo como causa mortis choque séptico, mucormicose rinocerebral e diabete mellitus tipo 2.

O Epidemiologista da FIOCRUZ/Amazônia, Jensem Orellana, falou com o Tribuna do Amazonas e pontuou os riscos da infecção, mas assegura que o fungo não é uma ameaça ao país.

“É uma infecção rara e ela não emergiu agora, ela não é nova, apenas tem aparecido em uma quantidade maior porque temos uma grande quantidade de pacientes ficando imunossuprimidos em função da Covid-19 e em alguns desses casos, principalmente nos sobreviventes, essa doença costuma atacar, mas é apenas mais um complicador, assim como há outros problemas que aparecem em função da imunossupressão e das sequelas causadas pela Covid-19”, contou.

“Do ponto de vista epidemiológico, pensando na população como um todo a possibilidade desse problema afetar grandes contingentes populacionais é nula, praticamente. Lembrando que é uma doença rara, mas nem por isso deve ser negligenciada e ignorada, é uma doença que tem uma letalidade relativamente alta, mas que no nosso contexto historicamente ela não vem causando maiores problemas exceto para as pessoas que tem a infelicidade de adoecer e eventualmente terem complicações por causa dessa infecção”, explicou Jensem.